Novas feiras de artesanato

Se não formos nós, artesãos, a apoiar-nos quem nos apoia? Não vejo os outros artesãos como concorrentes ou como uma ameaça mas sim como uma boa troca de experiências e ideias.

Por isso mesmo convido a todos a visitar as próximas feiras de artesanato em Mafra e no Sobreiro.

Além de poderem encontrar artesanato original haverá várias actividades a decorrer durante a feira, incluindo a possibilidade de tirar uma foto com o Pai Natal. "As Patarecas" não poderão participar mas a "outra patareca" de "Seda & Companhia" vai lá estar. Serão quase uma centena de artesãos, ou seja, uma centena de motivos para os visitar.

Para qualquer esclarecimento não hesite e visite o blogue organizador, da D.ª Alda: http://feiraseromarias.blogs.sapo.pt/

Cheirando a Natal...

sente-se o frio que veio para ficar. Até nas casas se nota que arrefeceu bem por aqui. Por isso nada como uma peça quentinha principalmente quando se sai do trabalho às 22h.

Comprei este fio (na loja chinesa, que tem uns fios mesclados e com texturas diferentes) em tons de azul e cinza pois fica bem com tudo e, pasme-se, não tenho acessórios nestes tons. Aguenta bem agulhas 15 mas depende da malha aplicada. Claro que a qualidade da peça não é a mesma mas é bem quentinha.

Assim nasceu um cachecol simples (direito em meia e o avesso em liga) que faz o efeito de tubo. Como o fio é composto de dois fios iguais (cada fio tem as 3 cores - azul escuro, azul claro e cinza) resolvi separá-los (trabalhinho de paciência...) para ter um fio mais fino e estou a pensar fazer um gorro ou uma boina a condizer.

Depois se verá o que nascerá dali!

Peça masculina

Como a minha madrinha e a filha também são talentosas com as agulhas e não sabia o que dar ao meu padrinho e à filha, resolvi ser original: um novelo de lã para cada um! Claro que a filha vai trabalhá-lo mas o do meu padrinho... (ups!) voltou para trás com um pedido: um gorro! Assim surgiu um novo conjunto de gorro e cachecol.

Deixo o registo do gorro pois do cachecol (para variar) esqueci-me de tirar a foto.

Já está!!

Já tem os acabamentos e está pronto a usar no meu jantar, amanhã:

Como usei dois novelos as riscas ficaram idênticas

À volta, apliquei um fio preto muito farfalhudo

Esta é a peça acabada e dobrada ao meio pois, aberta, não cabia na minha mesa.

Não parece mas o mescla é em tons de cinza e tem uns pingos de azul e roxo na zona mais clara.

Não sou invejosa

nem ciumenta com as minhas pesquisas e as minhas peças!

Assim aconteceu estes dias no meu trabalho... Como operadora de caixa vê-se uma grande variedade de acessórios que vou admirando (e invejando alguns, confesso). Uma cliente chamou a minha atenção pois trazia um cachecol com o fio spot em tons de ganga mas o trabalho era diferente, original. Perdi a vergonha... enchi-me de coragem e falei-lhe da peça. Disse-me que era feito só com uma agulha. Não quis perguntar mais nada pois nem todas as artesãs gostam de partilhar os seus conhecimentos (e percebi que a senhora também devia comercializar as suas peças). Já no final da conta a senhora, muito amávelmente disse-me: é ponto tunisiano! Há coisas que nos esquecemos na vida mas o nome nunca mais me esqueci...

Maravilha das tecnologias: pesquisei na net e, como não podia deixar de ser, encontrei o ponto e vídeos em brasileiro. Afinal com este nome há uma variadade de pontos.

Quando partilhei os meus lenços-colares disse que era uma boa "invejona" pois quando gosto do que vejo tento adaptar para mim. E quando descubro algo que, para mim, seja novidade sou a primeira a partilhá-la. Devo ter alguma veia brasileira! Faz-me confusão a inveja de algumas artesãs com as suas peças. O segredo que tentam manter sobre a sua arte. Quando pensam que descobriram uma novidade essa novidade já é vulgar para os outros. Talvez pensem que é a alma do negócio mas eu acredito que é na partilha que nos enriquecemos mutuamente.

Se calhar eu é que sou desbocada...

Tenho sempre que fazer...

e quando acho que não tenho... arranjo!

Há uns tempos partilhei um xaile, iniciado nas minhas férias em Setembro, feito em peça única que estava em "construção". Apesar de ser uma peça muito bonita e gostar de a ver nos outros, não gostei de me ver com ela.

E quando começo a embirrar...

Pois é, neste momento já o desmanchei, já é uma nova peça em andamento e está quase pronta.

Ainda ando a "estudar" os acabamentos mas é desta maneira que fica.

Vídeo: http://aspatarecas.blogspot.com/2010/05/um-mini-xaile.html

Novidades além-atlântico

Ao ver os blogues que sou seguidora encontrei esta peça que achei linda.

http://amagiadocroche.blogspot.com/2010/11/colar-sensual_12.html

Pensei que o efeito era crochet. Claro que pesquisei e encontrei o "pap" e para meu espanto o próprio fio é quase trabalho feito.

Mas para variar é fio que nem encontro na minha zona. Talvez seja só brasileiro.

Se alguém encontrar este fio em Portugal deixem um comentário, ok?

Como boa "invejona"

Quando experimento algo e gosto do resultado também quero para mim. Assim sucedeu com os lenços-colares. Tenho uma colecção de lenços que não uso desde que fui operada à tiróide (há 3 anos) e resolvi dar-lhes um novo ar.

Aplicando peças que tenho em casa (novas e reaproveitando) estes dois já estão de "cara lavada"

Não se nota bem mas o lenço é preto por isso apliquei uma lua

No lenço em tons de castanho apliquei uma estrela que comprei na Vieira de Leira nas férias do ano passado. Na altura gostei muito da peça e sabia que um dia me daria jeito.

Nada como investir no futuro ;).

Lenços-colares

Esta foi uma ideia que vi na feira: os lenços que usamos ao pescoço associados à bijutaria. Estavam um encanto! Desde pedras, arame e aplicações havia de tudo. Os anos da minha madrinha estavam à porta e como ela também é artesã torna-se difícil encontrar uma novidade. Achei a ideia ideal.

Ao procurar um lenço nos tons dela (vermelho) vi, nas lojas dos chineses, lenços destes :(. Achei que já não andava às compras há muito tempo... Mas nada como personalizar uma peça. Usando peças que tinha em casa apliquei-as numa corrente.

Nos chineses não haverá peça igual!

Partilhando "pap"

Deixo aqui os vídeos da boina e dos panamás que partilhei ontem:

São ambos da Cláudia Maria no programa "Arte Brasil"

Frutos da feira

Como os visitantes não eram muitos (durante a feira) tivemos que se entreter com alguma coisa, e como não consigo ficar de mãos paradas, surgiram três peças com fios da Rosários 4 (talvez deva pedir patrocínio...):

Este panamá em tons de ganga (fio spot) começou ainda na viagem de comboio na 6.ª feira.

Esta boina faz par com um cachecol. É fio Ninfa, o tal muito fofinho...

Este panamá serviu para "invejar" algumas artesãs pois este ano já não há este mescla no fio spot. Ainda tenho 3 novelos, fruto do investimento... e sempre na moda.

A primeira já foi...

Mais uma feira para muitos dos artesãos que expuseram em Mafra mas para nós, Patarecas, foi uma nova experiência. Sim, só deu para ganhar experiência e troca de ideias pois as vendas, em toda a feira, foram muito fracas. Mas o objectivo era, também, a divulgação. O temporal que se instalou no fim de semana afastou os visitantes.

Apesar de lá dentro não chover e o estacionamento ser mesmo à porta (tal como nos centros comerciais) as pessoas preferem os ambientes (doentios) destes espaços comerciais em vez de alargar conhecimentos e incentivar quem tenta recuperar artes esquecidas e ver peças muito bonitas. Também poderiam (quase) lanchar pois havia quem oferecesse licores, bolachas com doce. Enfim... somos a geração do "deita fora e compra novo", do desperdício fácil.

No dia das bruxas aproveitámos para nos enfeitarmos. Mesmo sem sair do pavilhão. Quem diria que, entre 2,50€ e 5€, se poderia fazer uma pintura? Eu não tinha ideia! Foi mais uma experiência.

No último dia, como o tempo melhorou, os visitantes já se notaram. Entre o entra e sai notava-se um movimento de gente que, apesar de não comprar, viam, davam dicas, opiniões. E foram muito bem vindos!

Agora é esperar pelas próximas feiras que, em Mafra, será nos dias 27 e 28 de Novembro!

Uma homenagem!!

Aqui fica uma homenagem à mulher que torna possível as feiras de artesanato em Mafra!

D.ª Alda Santos

Acredito que tenha ajudas de alguém, mas é ela que dá a cara, para o bem e para o mal, pelo menos foi ela que nós conhecemos da organização. Se para nós, artesãos, é triste uma feira com tão poucos visitantes, o que será para ela? Nós pagamos, montamos a banca e esperamos... Eu não faço ideia do trabalho que estará por trás. Desde a cedência do espaço, a divisão do pavilhão, organizar os artesãos, a dinamica dos dias, os certificados... e detalhes que nos passam completamente ao lado.

Por isso aqui ficam os nossos parabéns pela força e coragem de querer continuar!